Muita gente tem curiosidade acerca de como me tornei Taróloga, ainda por cima, dizem que não tenho cara de “bruxinha” – mas tenho uma gatinha!
Não sei bem se foi uma escolha… Sei que, o facto de ter tido uma educação religiosa muito open mind, fez com que eu desde sempre procurasse respostas convincentes para algumas das injustiças que via mesmo à frente aos meus olhos.
Lembro-me de aos 10, 11 anos ter longas conversas com os senhores Testemunhas de Jeová que nos batiam à porta às 8h da manhã. Lembram-se? E lembro-me da expressão deles de puro desanimo e exaustão! Não conseguiam fazer nada de mim! Lembro-me também de no Colégio do Ramalhão ter conversas… frustrantes com as queridas Irmãzinhas – chegaram ao ponto de me “confiscarem” livros! Não saíamos do mesmo. Não me “dobravam”.
As minhas pobres tias beatas também sofreram um pouquito comigo, ao ponto de me pedirem que fosse falar com o Padre da paróquia. Sim, também tive uma ou outra conversa com Padres… apenas de salientar as que tive com o Padre António Vaz Pinto que é, de longe, um homem que sabe muito, e muito para além do convencional e ortodoxo da igreja católica.
Quis a vida que eu saísse do emprego – mine to five - que tinha e enveredasse por um novo e fantástico caminho. É por isso que não devemos ter medo das mudanças! Elas podem trazer o inimaginável e isso, pode ser muito bom, como no meu caso foi. Depois de muitas formações, workshop, cursos e palestras, lá me lancei, e é aqui que tenho que prestar homenagem ao SAPO pela oportunidade e visibilidade que me deu. E cá estou. Feliz, realizada mas com muitos projectos em mente. O caminho é longo, cansativo, turbulento, com armadilhas sim, mas vale a pena ser percorrido.