Queridos amigos, vou estar fora algumas semanas, mas fico descansada porque sei que este blog vai continuar vivo e bem vivo.
Agradeço a todos, os todos os riquíssimos comentários, os testemunhos que vão partilhando connosco. Cada vez gosto mais deste espaço. É pena que o tempo seja sempre tão escasso.
Vou estar ausente por algum tempo mas deixo o tema para debate:
O QUE É LUTAR PELO OU POR AMOR? O amor deve incluir luta? Sacrifício? Devemos tornar-nos o que não somos? Até que ponto devemos ir em termos de cedência?

Vamos lá começar pelo princípio.
Este espaço foi criado para me aproximar das pessoas que me “lêem” e para termos momentos de partilha e aprendizado comuns, que no fundo é o que fazemos todos os dias.
Este blog não pode nem deve ser uma obrigação para mim, nem pode impor deadlines ou pressões, já bastam as pressões e prazos que tenho de cumprir diariamente. Sempre que eu tiver disponibilidade pessoal e emocional, partilharei convosco as minhas histórias, as minhas dúvidas, mas isto tem que ser feito com prazer e não “despejar” aqui palavras vãs.
Bom, este tema tem vindo muito à minha mente, que é a questão do orgulho tantas vezes confundido com dignidade.
O orgulho é fútil, é desprovido de tudo. O orgulho afasta-nos da Luz, do discernimento, da lucidez e das pessoas que mais amamos. O orgulho é responsável pelo vazio que sentimos e o vazio conduz ao azedume e à solidão. “Ah é uma defesa”, dizem alguns. Mas de que é que nos defendemos tanto, meus senhores?! O que se passa na nossa cabeça, que filmes é que criamos para nos termos de defender tanto? Sim, há pessoas que nos fizeram, fazem e se puderem farão mal, mas nós temos defesas naturais, somos inteligentes e podemos defender-nos desses ataques, mas depois devemos baixar as muralhas para que haja uma renovação na nossa vida. A questão é que esperamos sempre o pior, e enquanto assim for, vamos ter o pior. Quando tivermos coragem de subir à montanha, despirmos todas as roupagens/máscaras e gritarmos bem alto que queremos mais, ai sim, a vida começa!
A dignidade, a nossa dignidade, ninguém nos pode tirar, nunca! Nada nem ninguém é suficientemente poderoso para o fazer, apenas nós mesmos podemos apagar o brilho intenso da dignidade, da nossa nobreza, da nossa divindade. Somos dignos e nobres quando estamos em paz connosco e com o mundo. É por isso que falo tantas vezes em estarmos a sós com as nossas memórias, com as nossas trevas (o nosso aspecto lunar), em nos perdoarmos e em perdoarmos quem nos fez mal (?).
Sabe, é que têm que haver “trevas” para nós evoluirmos. Têm que haver “instrumentos”, canais do “mal” para que nós o superemos. Sim, temos de superar e integrar as sombras que existem em nós e que se reflectem externamente. Se repararmos, os defeitos que mais criticamos nos outros, são exactamente aqueles que nós também temos e que menos aceitamos. Tudo é um reflexo nosso. O macrocosmo é um reflexo nosso, o microcosmo, ou será o oposto?
Muito turva está a nossa mente… A confusão em que nos deixamos envolver é responsável por boa parte do sofrimento que existe em nós e à nossa volta.
O orgulho acarreta a ruína e muita inquietação. Dizem os Textos Bíblicos.
O orgulho é o complemento da ignorância. Diz o sábio.
De uma coisa podemos ter certeza, é que o orgulho tem um poder imenso sobre nós e empobrece as nossas vidas. Quantas vezes deixámos de fazer coisas que queríamos por causa dele? Aquele telefonema, aquele pedido de desculpas, aquela rosa que nunca oferecemos… Muitas vidas tornam-se bem mais tristes, mas mais triste é chegarmos à conclusão que ele nos controla…