Terça-feira, 6 de Janeiro de 2009

Intolerância Religiosa

 

A fé consciente é liberdade.
A fé instintiva é escravidão.
A fé mecânica é loucura.
A esperança consciente é força.
A esperança emocional é covardia.
A esperança mecânica é doença.
O amor consciente desperta o amor.
O amor emocional desperta o inesperado.
O amor mecânico desperta o ódio.
 
 
Cada vez que vou ao Brasil surpreendo-me com o que vejo. Lembro-me da primeira vez que pisei o Rio de Janeiro estava instalada a polémica por causa de um outdoor de uma revista masculina que, claro, tinha uma “garota pelada” na capa. E eis que, para minha surpresa, taparam com uma faixa preta o bumbum da mocinha! Que raio, pensei eu, não estou no Brasil, país da liberdade e do culto do corpo?! Ou seja, hipocrisia existe em todo o lado.
 
Desta vez deparei-me com outra realidade que me impressionou bastante, acho que posso dizer até que me chocou: a intolerância religiosa.
A batalha entre os “crentes” – igreja evangélica (penso que seja essa a designação correcta. Será que eles próprios sabem?) -  e os “macumbeiros” – umbanda e candomblé - está instalada. Há noticias de actos de vandalismo praticado pelos tais “crentes” quase que semanalmente. Os evangélicos ganharam terreno de forma incrível. As igrejas (?) são aos pontapés, em cada esquina há uma sala, a que chamam igreja ou templo, e os pastores são incontáveis. Começou por ser, maioritariamente, uma facção religiosa de classe muito baixa, mas agora já não é assim. Políticos, actores, gente com influência em geral, converteu-se à igreja evangélica.
 
Curiosa como sou, perguntei a opinião a algumas pessoas esclarecidas acerca deste fenómeno, deste crescimento não só em termos de número como em qualidade de “adeptos”. “Os políticos converteram-se por razões politicas. Como o povo é evangélico eles para ganhar votos converteram-se também.” Responderam-me eles. Boa razão para mudar de religião!
 
Aquilo que consegui compreender - porque quis saber o que tinha de tão apelativo a nova doutrina (?) como estudante de Teosofia que sou -, é que o discurso se baseia na total desresponsabilização das pessoas relativamente à vida delas. Qualquer erro, qualquer desgraça, qualquer “pecado” que tenham feito se deve… ao demónio! E a culpa por norma é dos “macumbeiros” e respectivas “macumbas”, dizem eles. Ora, que fácil é viver assim! Pronto, descobri o porque da popularidade!
 
A coisa é de tal maneira que os autocolantes nos vidros traseiros dos carros são no mínimo hilariantes, entre eles o que mais de chocou foi: Deus é fiel.
Vos digo que se me encarquilharam as unhas dos pés com tal escrito!!! Senti uma afronta tal que foi difícil de disfarçar. Como já devem ter notado, eu tenho uma fé inabalável em Deus/a, no Cosmos, no Grande Arquitecto, na Força, no que seja que queiramos chamar, e portanto, a minha lealdade – que nada tem a ver com determinismo nem com fanatismos nem com desresponsabilidade, porque sempre assumi os meus erros e fracassos – é quase inquestionável. Perante isto ao ler que DEUS ERA-LHES FIEL fiquei doente. Que presunção! Que petulância! Que ignorância! Deus é que lhes é fiel?!? Benza-me Deus!
 
Atenção, isto tudo não quer dizer que não haja gente muito boa no meio dessa grande confusão, claro que sim, assim como percebo de alguma forma o medo – porque é de medo que se trata – que eles têm da gente do candomblé. Há práticas horrendas de manipulações energéticas feitas por alguns “pais e mães de santo”. Sabemos disso, mas generalizar é sinónimo de pobreza de espírito e estreiteza mental!
 
Tenho o privilégio de conhecer praticantes de Umbanda que são simplesmente como família para mim, gente que amo e respeito profundamente. E coincidentemente ou não, estava no Rio na altura do centenário do nascimento da Umbanda – que nasceu no Brasil. Fui convidada e claro que aceitei o convite com muito prazer. Conheci gente linda, muito honesta, que transpirava bondade e compaixão.
Claro que na Umbanda também há gente desonrosa que se serve do poder (?) que tem para ludibriar os menos esclarecidos, é evidente e sempre lamentável.
 
Mas a minha questão tem a ver com a intolerância que se vive naquele país. Sempre houve no Brasil uma liberdade religiosa invejável, mas agora, os assaltos, físicos e verbais, a centros e terreiros de umbanda e de candomblé são imensos. O que se passa? Andaram para trás no tempo, na mentalidade?
 
Soube que se estavam a organizar marchas contra a intolerância e a discriminação religiosa em todo o país. Esperemos que estas medidas sejam suficientes para travar esta iminente guerra que tende a estalar a qualquer momento. Eu sei que tudo está como tem que estar, mas ficaria muito triste se a situação se agravasse… Seja o que Deus/a quiser.
 
 
música: Bryn Christopher - The Quest
sinto-me: que como sempre, falei demais.
publicado por esferafeminina às 01:20

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De jc a 6 de Janeiro de 2009 às 04:55
O distrito de portalegre é um orgão de divulgação da igreja católica, pertencente à agência ecclesia.
Em julho passado, um dos seus cronistas rezava assim:


Chegou a vez dos “larilas”
.
Por várias vezes, representantes de diversas Instituições têm alertado a opinião pública para um facto que consideram muito preocupante, ou seja, em Portugal cada vez há menos crianças a nascer. Na terça feira, dia 22 de Julho, nas televisões e nas rádios, era divulgado este facto,tendo por base as estatísticas da Direcção Geral de Saúde, publicadas no seu espaço informativo na Internet.
“Em Portugal manteve-se, em 2007, a tendência decrescente da taxa de natalidade reflectindo uma redução de cerca de 3 000 nados vivos face aos valores do ano anterior. Estas taxas são mais baixas nos distritos do interior, Guarda, Bragança, Portalegre e Vila Real e superiores à média nos Açores, Algarve e distritos de Lisboa e Setúbal. Quer isto dizer, sem margem para dúvidas, que há menos bebés a nascer no nosso País. Este problema é sentido em várias regiões do Interior, inclusivé já têm surgido autarquias a dar vários incentivos aos jovens casais para terem mais filhos, uma forma de ajudar a combater a desertificação. Até que surgiu a ideia luminosa do Governo, acabar com algumas maternidades e mandar as Portuguesas terem os filhos em Badajoz, olé! E, se recuarmos alguns anos, dá para saber que em 2001, nasceram em Portugal 112.825 crianças, menos 7.246 que em 2000. Perante estes dados e sem ser necessário dar mais pormenores, qualquer pessoa de bom senso e sentido das responsabilidades estará preocupada com a falta de nascimentos de bebés no nosso País. Mas, como em tudo na vida, não há regra sem excepção. Como se fosse mais um milagre das rosas, surgiu uma luz no horizonte, não no sentido dos casais terem mais filhos, mas sim uma nova “bandeira” da Juventude Socialista o “casamento dos homossexuais!...” A propósito e para que não fique qualquer dúvida transcreve-se parte das declarações do novo líder da Juventude Socialista, Duarte Cordeiro, no Congresso do Porto, dadas a conhecer na TSF, 16h51, Domingo, dia 20 de Julho, e cita-se:
O novo líder da Juventude Socialista (JS), Duarte Cordeiro, afirmou este domingo que o casamento homossexual «é uma imposição do princípio de igualdade», acreditando que o PS se empenhará na defesa desta causa. «Deparamos com uma das poucas desigualdades existentes na lei, impondo-se a alteração a vários níveis», disse Duarte Cordeiro, acrescentando que «trata-se da felicidade de milhares». Duarte Cordeiro, que foi este fim-de-semana eleito secretário-geral da JS, no Congresso Nacional dos ‘jotas’ que decorreu no Porto, reafirmou que os jovens socialistas estão empenhados «nesta batalha pelos direitos fundamentais dos cidadãos e cidadãs homossexuais, mas estão cientes de que a alteração da lei se fará através da força reformista do PS e do seu empenho na defesa das liberdades em democracia». Ora aí estão as preocupações do Líder da JS! Sobre as liberdades em democracia, este slogan foi defendido há décadas por socialistas convictos que lutaram contra o antigo regime de Oliveira Salazar, estiveram presos nas masmorras da PIDE, foram deportados, perderam a vida numa luta por uma causa que abraçaram e que veio a culminar no 25 de Abril de 1974. Se nessa altura soubessem que em pleno Século XXI os ideais da JS é conseguirem o casamento entre dois homens ou entre duas mulheres, na linguagem do povo “larilas” e não só, eram capazes de morrer de vergonha. Aliás dentro do Partido Socialista felizmente há quem repudie esta forma de actuação, caso da Deputada Maria do Rosário Carneiro. Tudo isto se torna mais grave por surgir de jovens que deveriam lutar por outras causas. Exemplos: a falta de emprego, “jovens licenciados sem trabalho já são 65 mil”. Depois há milhares de raparigas à espera de encontrar um namorado e com os casamentos dos homossexuais bem podem ir encomendando uma touca e ficarem para tias."

in_http://www.agencia.ecclesia.pt/pub/42/noticia.asp?jornalid=42¬iciaid=62717
De jc a 6 de Janeiro de 2009 às 05:12
apesar de achar que ainda sou novo o suficiente para fazer noitadas e directas e no dia seguinte ir trabalhar, hoje estou em frente à máquina de volta de um relatório que há-de provar aos meus chefes que o trabalho que me cria cabelos brancos e me tira, literalmente, tempo de vida está bem feito e merece ser louvado.
a promoção de melhores condições de vida a quem não as tem, de competências parentais e de protecção dos menores, da importância da frequência escolar e da formação académica, da não abdicação da própria cultura mas da aquisição de um modo de estar que não esteja sempre em choque com o resto da sociedade, por via dos roubos e do tráfico. dois anos depois, quero acreditar que não tendo conseguido mudar o mundo, há duas ou três vidas em que a minha influência foi positiva.

faço isto com ciganos. ciganos que são evangélicos ferrenhos. ao ponto de abdicarem da arte intemporal da música que só eles sabem fazer porque deus não quer festas (os instrumentos pertencem à igreja e só lá podem ser tocados e só para músicas de adoração). ao ponto de não permitirem aos filhos integrar um grupo de dança "porque depois pode ter sucesso e esquece-se de deus". e mais, muito mais manias do mesmo género. aquilo que os pastores evangélicos fazem é aproveitar a ignorância das almas para controlar o medo do desconhecido e usá-lo em proveito próprio. quando digo em proveito próprio é de dinheiro vivo mesmo que falo - mas isso também faz a igreja católica. os padres católicos vivem do dinheiro dos fiéis e durante séculos mantiveram-nos nas trevas da ignorância. quem não sabe não pergunta. será mesmo que crer é mais fácil que que não crer. porque quem crê pensa menos na crença e é mais feliz? eu pelo que vejo aqui na igreja evangélica de filadélfia prefiro ser infeliz.

o nível de intolerância é tal que um dos meus miúdos foi apanhado com outro numa normalíssimo rito de passagem e descoberta do eu, vulgo "curtes". fecharam-no em casa duranre 15 dias e arranjaram-lhe mulher, tá casado, o paneleirote cigano! vai ser super feliz.

beijo grande e BOM ano, do pai dos filhos da tua irmã.
De Sniqper a 9 de Janeiro de 2009 às 10:01
E quantos são os que vivem de encher a cabeça dos "Crentes", com patranhas de espiritualidade? Essa que só alguns eleitos/as por dom natural, dizem eles/as possuem e depois aumentam com conhecimentos técnicos, ou melhor ladainha de marketing dissimulada em nomes que deixam o espaço suficiente para quem os lê pensar que está perante um portador da Mensagem do Cosmos/Força/Deus/diabo e afins...
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